Wagner Schwarz e a escultura L’Homme, de Pierre Traverse, em Paris: em 30 de setembro de 2017, circulou por redes sociais a notícia veiculada de que ele tinha sido morto a pauladas CRÉDITO: JULIO BITTENCOURT_2023
O homem nu contra a fúria da direita
Como o bailarino Wagner Schwartz enfrentou seu linchamento depois de uma performance em museu de São Paulo
Quem pesquisa pelo nome de Wagner Schwartz no Google encontra mais de 35,5 mil citações, algumas delas associadas aos termos “preso” e “morto”. Em 2017, o bailarino foi alvo de ataques furiosos por causa da performance La Bête (o bicho, em francês), feita por ele no Museu de Arte Moderna (MAM), de São Paulo.
Durante a apresentação em 26 de setembro, Schwartz foi filmado inteiramente nu ao lado de uma criança e da mãe dela. As imagens circularam pela internet e logo o artista começou a ser atacado pela milícia digital bolsonarista e outros extremistas de direita, por líderes religiosos e políticos oportunistas de olho nas eleições de 2018. Foi chamado de pedófilo e ameaçado de morte. Outras falsas notícias espalharam que ele havia se suicidado após a performance.
O linchamento virtual ganhou tal proporção que Schwartz, temendo o pior, embarcou disfarçado para Paris, poucos dias depois, conta João Batista Jr. na piauí deste mês. Em setembro, ele lança o livro A Nudez da Cópia Imperfeita, uma autoficção que começa com o episódio do MAM e descreve os desdobramentos emocionais, jurídicos, políticos e psicológicos desse caso que antecipou o clima de horror que se espalhava pelo país.
Os assinantes da revista podem ler a íntegra da reportagem neste link.
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