O que está acontecendo no futebol alemão?
Na Copa de 54, os húngaros tinham um time espetacular. Na primeira fase, enfiaram 8 a 3 nos alemães. Bola pra lá, bola pra cá, as duas seleções voltaram a se encontrar na final e só se falava em barbada: eram duas seleções que haviam se enfrentado há poucos dias, com um resultado contundente. Mas a vitória alemã, por 3 a 2, serviu para revelar ao mundo que o futebol era diferente de tudo. E que, nesse esporte incomparável, estatísticas, retrospectos e lógica não têm qualquer importância.
Quase sessenta anos depois, é possível que tenha acontecido neste sábado, em Wembley, o início de mais uma contribuição fundamental dos alemães à história da bola.
Na Copa de 54, os húngaros tinham um time espetacular. Na primeira fase, enfiaram 8 a 3 nos alemães. Bola pra lá, bola pra cá, as duas seleções voltaram a se encontrar na final e só se falava em barbada: haviam se enfrentado há poucos dias, com um resultado contundente. Mas a vitória alemã, por 3 a 2, serviu para revelar ao mundo que o futebol era diferente de tudo. E que, nesse esporte incomparável, estatísticas, retrospectos e lógica não têm qualquer importância.
Quase sessenta anos depois, é possível que tenha acontecido neste sábado, em Wembley, o início de mais uma contribuição fundamental dos alemães à história da bola. Os caras já foram três vezes campeões do mundo, já tiveram seleções fortes e jogadores extraordinários, mas muitos ainda os acusam de praticar um futebol de exército, durão, disciplinado e pragmático. O problema é que – durões, disciplinados e pragmáticos – os alemães parecem determinados a mudar isso.
É certo que lhes falta malemolência e jogo de cintura, duas coisas que jamais terão, mas não podemos ser inocentes a ponto de atribuir ao acaso o fato de Bayern de Munique e Borussia Dortmund chegarem à final da Champions League. É preciso acaso demais para derrubar adversários como Barcelona, Real Madrid, Juventus, Arsenal, Ajax, Manchester City.
Por outro lado, a incessante movimentação de jogadores entre os países da Europa e a chegada da globalização ao futebol recomendam que a gente vá devagar com o andor, já que alguns dos principais caras do Bayern não são alemães. O ótimo volante Javi Martinez é espanhol e todo o ataque, formado pelo holandês Robben, o croata Mandzukic e o francês Ribéry, é importado. Mas ignorar que alguma coisa está acontecendo por lá é querer tapar o sol com a peneira.
Estádios abarrotados – é o campeonato nacional com a maior média de público em todo o mundo –, treinadores que estudam e se modernizam, times que jogam de forma completa e intensa, atacando com seis ou sete, recompondo a defesa com rapidez e tendo no meio-campo gente que sabe o que fazer com a bola.
Desde que começou a era das transmissões pela tevê dos campeonatos internacionais, os times da Alemanha nunca tiveram, entre nós, o prestígio dos grandes clubes ingleses, italianos e espanhóis. Mas é bom ficar de olho, para depois ninguém chegar com aquele papo de que aí sim, fomos surpreendidos novamente.
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