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    "Estava conformado em ver o jogo na sala de embarque de Congonhas, quando anunciam pelo alto-falante o embarque do meu voo" /FABIO VICTOR

questões do futebol

Crônica de (mais) um jogo às cegas

Acompanhar uma partida do Brasil na Copa de dentro de um avião: a pátria em smartphone é muito mais egoísta e sem graça

Fabio Victor | 03 jul 2018_16h49
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Em 2014, eu trabalhava na Folha de S.Paulo e fui o responsável, durante a Copa do Mundo do Brasil, por cobrir… bem, fui o repórter da Folha responsável por cobrir a seleção da Alemanha, aquela dos 7 a 1. Rodava o país na cola dos alemães, e no dia de um desses deslocamentos, o Brasil jogou as oitavas de final contra o Chile. Meu voo Rio-Porto Alegre atrasou, e o jogo – com prorrogação e disputa de pênaltis – se desenrolou enquanto eu voava, um suplício aliviado pela comandante Elisa.

Agora sou jornalista na piauí, e nesta segunda, 2 de julho, tive de ir de São Paulo ao Rio para uma reunião agendada muito antes da Copa. A passagem também fora comprada muito antes da Copa. Marcada para as 11 horas, o horário do jogo do Brasil contra o México pelas oitavas de final da Copa da Rússia. Desta vez não vou repetir 2014, prometi a mim mesmo. Na noite da véspera, consegui antecipar meu voo para as 9h40 – assim, chegaria ao Rio antes do início da partida. No aeroporto de Congonhas, descubro que o Santos Dumont está fechado desde cedo por causa de neblina. Assim permaneceu por toda a manhã. Estávamos, eu e a colega Maria Emília Bender, conformados em ver a partida no telão montado pela Infraero na sala de embarque do aeroporto. Sentados no chão, olhávamos os times perfilados ao som dos hinos nacionais, quando anunciam pelo alto-falante o embarque do meu voo.

Vinte minutos até embarcar, mais de meia hora de agonia parado dentro do avião. Tento assistir pelo celular, mas claro que não lembro a senha da operadora de tevê por assinatura. Ligo para minha mulher, interrompo o jogo dela, ela logo acha a senha… de nada adianta, meu 4G parece movido a lenha. Tento filar os celulares dos vizinhos, mas percebo que o Twitter – por onde eu já sabia que o México começara melhor, que sua torcida gritara olé mesmo com 0 a 0, e já me encantara com os memes do torcedor loiro com cara de assombração – e o grupo de WhatsApp da firma (obrigado, Malu Gaspar) são mais eficientes.

O avião continua no chão, lá dentro tudo incrivelmente quieto e calado, como se o jogo rolando fosse Austrália versus Dinamarca. A pátria em smartphone é muito mais egoísta e sem graça.

Até que um sujeito de repente quebra sozinho o silêncio, goooooooool. Segue-se uma calmaria desconfiada de uns dois segundos. Mas como “gol”, se um monte de gente também acompanhava no celular e não gritou gol? “Neymar”, ele complementou o furo jornalístico. Comentam que o moço ouvia o jogo pelo rádio – e rádio está sempre na frente, como mais tarde outro meme demonstraria. Confirmado o gol, gritos pelo avião. “Neymito” foi o que mais me chamou a atenção. Eu, que me especializei nas últimas semanas em difundir memes de Neymar rolando pelo mundo. Decolamos com 1 a 0, início do segundo tempo.

Às 12h34, surge no sistema de som o comandante. Aaaah, enfim, notícia, penso. Mas o comandante diz que estamos nos preparando para pousar, fala do tempo no Rio, pede desculpas pelo atraso, deseja a todos uma ótima estada. Nada sobre o jogo. Esse cara tá escondendo uma derrota, não quer ver os passageiros mais furiosos do que já estão pelo atraso? Esse cara não sabe que o Brasil está jogando um mata-mata na Copa? Um casal ao meu lado, de cujo celular eu pescara lances atrasados do primeiro tempo, se entreolha incrédulo com a omissão do comandante.

Enquanto o comandante sem alma recita o “tripulação, preparar para o pouso”, quando da janela eu avistava a ponte Rio-Niterói, o casal da fileira ao lado é informado pela mulher ao lado deles: 2 a 0. Como você soube?, eu pergunto. Pelo WhatsApp, já está funcionando, ela diz. O avião ainda voa. Como assim?, penso, mas o celular não tinha de estar desligado? Se a própria companhia em que voamos passou a distribuir suportes de papelão para celular, mas ao mesmo tempo continua a dizer que é proibido usá-lo durante pouso e decolagem e não fiscaliza quem não cumpre. Então pode? Não pode? Impossível saber.

Pousamos às 12h48. Tiro o celular do modo avião. Pelo Zap, já sei de tudo. E só então um comissário avisa: “Senhores passageiros, permaneçam sentados etc., bem-vindos ao Rio de Janeiro. E bem-vindos também às quartas de final da Copa. Neymar e Roberto Firmino.” Gritinhos tímidos no avião.

Saudades, comandante Elisa!

Fabio Victor
Fabio Victor

Foi repórter da piauí. Na Folha de S.Paulo, onde trabalhou por vinte anos, foi repórter especial e correspondente em Londres

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