Onde está a verdadeira torcida brasileira?
O benefício que esperávamos obter com a pressão da torcida, esse não temos. Se lembrarmos, entre dezenas de outros exemplos bacanas envolvendo nossos clubes, o que fizeram as torcidas do Corinthians e do Atlético Mineiro nas conquistas da Libertadores de 2012 e 2013 ou a do Santa Cruz na volta à série B, e compararmos com a total falta de jeito dos torcedores brasileiros que estão indo aos estádios – ou melhor, os que têm condições de ir –, fica fácil entender por que a nossa principal vantagem foi para o brejo.
Nossa seleção, que ainda não foi bem, jogou muito mal desde o gol do Chile até acabar o tempo normal. O time chileno tem movimentação intensa em todas as suas linhas, e era normal que morresse na prorrogação. Eles não têm do que reclamar, já que prorrogações estão previstas no regulamento, mas não considero que tenham praticado o antijogo: simplesmente, não conseguiam mais jogar.
Creio que a situação de Felipão ficou bem complicada. Se nas partidas anteriores era possível apontar erros aqui e ali, sobrevivemos ao sábado com a sensação de que é preciso mudar quase tudo. E aí, claro, não há tempo.
Vejo semelhanças entre esta seleção e a de 94. Da mesma forma que aquela, a de agora também não é rica em talentos. Suas chances residem na força do jogo coletivo e na qualidade especial de um cara. Era Romário, é Neymar. A encrenca é que a força conjunta mostrada na Copa das Confederações – ninguém precisa me dizer que é outra coisa, outra pressão, outra visibilidade, tudo diferente, sei bem – desapareceu.
Se não conseguirmos recuperá-la, um abraço.
Mais um enorme problema: o benefício que esperávamos obter com a pressão da torcida, esse não temos. Se lembrarmos, entre dezenas de outros exemplos bacanas envolvendo nossos clubes, o que fizeram as torcidas do Corinthians e do Atlético Mineiro nas conquistas da Libertadores de 2012 e 2013 ou a do Santa Cruz na volta à série B, e compararmos com a total falta de jeito dos torcedores brasileiros que estão indo aos estádios – ou melhor, os que têm condições de ir –, fica fácil entender por que a nossa principal vantagem foi para o brejo.
Ontem, durante o jogo entre Holanda e México, o narrador Milton Leite, do SporTV, chamava a atenção para a grande quantidade de lugares vazios nas cadeiras brancas em frente às cabines de imprensa. Logo depois, Milton Leite explicava: os donos daqueles lugares estavam assistindo ao jogo em pé, debaixo de uma marquise, para se proteger do sol. Você aí, que lê o blog porque gosta de futebol, me responda por favor: desde quando os verdadeiros torcedores de futebol têm medo de sol? Vai ver, aqueles lá sentiram falta de uma piscina com borda infinita e de algumas doses de Dry Martini. Shaken, not stirred.
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