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questões da política

Os bastidores da votação do impeachment no Senado

Julia Duailibi e Carol Pires | 11 maio 2016_12h29
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Cobertura em tempo real encerrada às 23h20

23h12 – Presidente do Senado, Renan Calheiros, comenta discurso de Collor: “A lei do impeachment é por si só um fator de desestabilização. Esse é o ensinamento que a crise nos faz entender”. Calheiros defende uma reforma política que revise a lei.

23h10 – Collor termina discurso e ninguém aplaude. Renan destaca registro histórico do discurso.

23h07 – Collor diz ter aconselhado Dilma a pedir desculpas pelas promessas de campanha não cumpridas e que a alertou sobre possibilidade de sofrer um processo de impeachment. “Mas não quiseram me ouvir”.

23h05 – “Desculpe-me voltar no tempo, mas o momento exige”, diz Collor, que rememora seu processo de impeachment antes de falar de Dilma.

23h – Discurso de Collor é o que mais prendeu a atenção dos senadores até aqui, onze horas depois do início da sessão.

22h30 – Senadores Humberto Costa e Jorge Vianna, ambos do PT, foram ao Royal Tulip, hotel onde Lula está hospedado, no final da tarde. O ex-presidente acompanhará Dilma na saída do Planalto, amanhã de manhã. João Pedro Stédile, líder do MST, havia aconselhado a presidente a descer a rampa do Palácio e fazer uma caminhada de quase 5 quilômetros até o Palácio do Alvorada, mas onde Lula achava que o ato de descer a rampa passaria a imagem de fim de governo.

21h25 – José Serra comenta que deve ser o único senador que esteve também no impeachment de Fernando Collor, em 1992. Ele está com a cópia do discurso que leu na ocasião. “O presidente da República não está sendo derrubado por seus adversários nem por cartórios organizados. Está sendo destituído pela marcha da insensatez que ele próprio deflagrou a partir da posse”. Ele é o 63° senador na lista, que ainda está no 31°. “Ainda vou jantar. Talvez tome um banho de banheira bem quente”.

21h – “Esse aqui está tranquilo no papel dele. Vai votar na madrugada”, diz senador Lindbergh Farias (PT-RJ) a José Serra, que fará seu discurso às cinco da madrugada. “Você é o melhor ministro desse governo”, completou Lindbergh sobre indicação para o Ministério das Relações Exteriores. “Nunca vi os petistas tão animados”, disse o senador após o elogio do petista.

20h45 – Fotos de um dos gabinetes da Secretaria de Governo, do ministro Ricardo Berzoini, completamente esvaziado.

20h20 – Enquanto um senador fala para as câmeras, os demais conversam. Renan Calheiros chama atenção do plenário: é democrático conversar, mas também é preciso prestar atenção no discurso do orador, diz. O convescote, porém, continua.

20h – Roteiro de Dilma amanhã: ela será notificada por volta das 10h; desce ao segundo andar da Presidência e fala com a imprensa; depois sai pela porta da frente, cumprimenta apoiadores que estarão na frente do Palácio do Planalto; depois segue em comboio para o Alvorada. Lula deve acompanhar Dilma.

19h55 – “Tem que ter agilidade, competência e criatividade “, diz futuro ministro do Planejamento, Romero Jucá, sobre economia no governo Temer. Secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira é um dos poucos que farão transição. Tombini, do BC, também.

19h50 – Alvo do impeachment de 1992, senador Fernando Collor (PTB-AL) não apareceu hoje ainda em plenário. Voto dele é uma incógnita.

19h45 – Aécio Neves discursa neste momento na tribuna do Senado. José Serra fala ao telefone celular, depois abandona o plenário sem acompanhar discurso do correligionário.

18h50 – Ministro da Previdência do primeiro ao último dia do primeiro mandato de Dilma Rousseff, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) explica por que votará pelo impeachment da presidente.

18h25 – PT tenta organizar ato com juristas contra o impeachment ainda nesta noite no salão verde da Câmara. Salão azul, no Senado, está com acesso restrito a jornalistas credenciados, senadores e funcionários

18h15 – “O maior perdedor desse processo é o PSDB. Perderam espaço para a extrema direita e vão ser sócios minoritários de um governo de merda”, afirmou o senador Lindberg Farias (PT-RJ)

18h10 – “Ministro, parabéns”, diz senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), no plenário do Senado, ao deputado Osmar Terra (PMDB-RS), cotado para assumir Ministério do Desenvolvimento Social

17h45 – Jorge Vianna (PT-AC) é o 20º senador a discursar e apenas o segundo a defender o governo. Ordem dos oradores é por inscrição. Essa semana, José Serra (PSDB-SP) se aproximou de Vianna e outros petistas em plenário e perguntou por que eles estavam rindo. “Antes ser minoria feliz, do que maioria triste”, respondeu Vianna, brincando com a perspectiva de deixar o governo para ser oposição.

17h40 – PTB indicou deputado federal Ronaldo Nogueira (RS) para Ministério do Trabalho. Nogueira é administrador de empresas e pastor. Temer aceitou a  indicação.

17h35 – Michel Temer tem dificuldade em encontrar mulheres pra compor ministério. Aliados já disseram que precisa aumentar espaço.

17h25 – Senador Romero Jucá (PMDB) diz que presidente Dilma deve ser notificada sobre afastamento do cargo amanhã às 10h. Em seguida, o vice, Michel Temer, é notificado sobre posse como presidente em exercício.

17h15 – Uma jornalista comenta com o senador Romero Jucá: “Está de terno novo?”. Ele responde: “É roupa de festa”. Jucá foi líder dos governos Lula e Dilma, mas se tornou um dos maiores entusiastas do impeachment.

17h05 – “Se continuar neste ritmo, vou falar às 4 da manhã”, diz líder do PT, Humberto Costa. PMDB quer encurtar discursos dos seus senadores

Cafezinho do Senado, onde senadores fazem uma hora enquanto discursos correm no plenário.
Cafezinho do Senado, onde senadores fazem uma hora enquanto discursos correm no plenário.

16h50 – Renan propôs diminuição de 15 para 10 minutos no tempo dos discursos dos senadores: “Não quero ter a responsabilidade de atrasar ou adiantar o relógio da história”. Mas parlamentares do PT não aceitaram. Sessão pode se estender até madrugada.

16h27 – Num dos gabinetes da Presidência, assessores comiam coxinha como lanche da tarde.

16h25 – Pela manhã, havia divisão entre ministros e assessores sobre o tom da fala de Dilma após decisão do Senado. Alguns achavam que estava muito agressiva. Outros ministros também chegaram a defender ontem que fosse usada cadeia nacional de rádio e tv, o que foi descartado.

16h15 – O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) passou há pouco pelo cafezinho do Senado. Sentado em uma das mesas, o senador Lindberg Farias (PT-RJ) gritou: “Oi, ministro!”, mas Aleluia passou direto. “Esse não olhou. Mas é assim que a gente descobre quem já foi confirmado ou não”, brincou o petista.

16h – Senador José Agripino, presidente do DEM, diz que Dilma Rousseff perdeu as condições de governar e que Michel Temer será capaz de reanimar a economia. O DEM está cotado para assumir o ministério da Educação com o deputado Mendonça Filho, líder do partido na Câmara.

15h25 – Dilma Rousseff acaba de chegar ao Palácio do Planalto acompanhada do ministro Edinho Silva. Presidente está abatida, segundo assessores. Ela receberá a notificação do Senado sobre seu afastamento amanhã às 9 horas.

15h10 – “Já exoneraram o garçom?”, brincou um assessor da presidente quando um garçom aparentemente novo no Palácio do Planalto entrou para servir um café. “É o garçom do Temer”, brincou outra assessora.

15h05 – Únicos ministros que não serão exonerados por Dilma Rousseff são Ricardo Leyser, do Esporte, por causa da Olimpíada, e Alexandre Tombini, do Banco Central. As exonerações dos demais serão publicadas amanhã, no Diário Oficial.

14h56 – Terceiro andar do Palácio do Planalto, onde fica o gabinete da presidente Dilma Rousseff, vazio.

14h42 – Ex-presidente Lula está em Brasília, no hotel Royal Tulip. Chegou à cidade com Luiz Dulci, Rui Falcão, presidente do PT, e Ricardo Stuckert, fotógrafo do Instituto Lula.

14h39 – Dilma Rousseff acompanha votação no Palácio da Alvorada. Presidente deve gravar um vídeo falando sobre a votação para as redes sociais.

14h36 – Rui Falcão, presidente do Partido dos Trabalhadores, sobre governo Temer: “PT fará oposição a um governo ilegítimo, biônico”

13h47 – À espera da decisão do Senado, presidente do PT, Rui Falcão, almoça no Tia Zélia, restaurante favorito de Lula em Brasília. Local é decorado com fotos do ex-presidente.

13h29 – Pelos corredores do Senado, o padre Lázaro Couto dizia que estava ali “pelo sentimento do povo brasileiro”. “Vim torcer pelos brasileiros de bem”, afirmou brincando que ia exorcizar o Palácio do Planalto.

13h10 – Edson Lobão, ex-ministro de Minas e Energia de Dilma, diz que segue indeciso: “por um lado tem a opinião pública, e do outro o fato de eu ter sido ministro”.

12h55 – Parlamentares acreditam que, se discursos seguirem nesse ritmo, a votação pode terminar de madrugada. No cafezinho, senadores brincam com um assessor de José Serra, conhecido notívago: “Hoje o Serra está confortável, vai falar à meia-noite, está no fuso horário dele”.

12h33 – Newton Cardoso, ex-governador de Minas, esteve hoje cedo no Palácio do Jaburu com uma comitiva de deputados mineiros. O vice Michel Temer acompanha votação da residência oficial.

12h26 – No cafezinho, Eunício Oliveira, líder do PMDB, e Lindberg Farias (PT) riem dos memes dos quais são alvo na internet. Em um vídeo que Eunício recebeu hoje, ele e Cid Gomes são dublados:

 

11h47 – Governo espera ter entre 21 e 23 votos contra o impeachment. Conta também com ausências. Renan Calheiros (PMDB) não vota. Eduardo Braga (PMDB) Rose de Freitas (PMDB) estão de licença médica. O suplente de Delcídio do Amaral (ex-PT), cassado ontem, ainda não tomou posse. Aliados dizem que Jader Barbalho está em tratamento de saúde e também não deve comparecer.

 

11h12 – Silvio Costa é o único deputado no plenário do Senado. Ele é vice-líder do governo na Câmara. “A presidente está firme, fará um belo pronunciamento hoje, e a luta continua”, diz Silvio Costa (PTdoB).

 

11h – Ana Amélia será a primeira oradora. Os 11 senadores seguintes na lista também são a favor do impeachment. Primeiro contrário será o 13º: Telmário Mota.

 

10h – Com uma hora de atraso, o presidente do Senado, Renan Calheiros, acaba de abrir a sessão que julgará a admissão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Calheiros esteve ontem com o vice-presidente, Michel Temer, no começo da tarde. Aliados dizem que ele não quis indicar nomes para o novo ministério. Renan Calheiros nos disse, logo após o encontro, que não acha compatível com sua função de presidente do Senado participar da formação do novo governo.

Renan Calheiros e Michel Temer, dois caciques do PMDB, sempre tiveram uma relação conflituosa. Temer nunca perdoou Calheiros por ele ter apoiado seu oponente, Aldo Rebelo (PC do B), à presidência da Câmara. Calheiros também sempre foi o mais governista dos peemedebistas. Ele disse hoje que não votará na sessão de hoje, que deve afastar a presidente do cargo por 180 dias, nem na que julgará seu impeachment.

O Governo Dilma e o ex-presidente Lula fizeram trabalho intenso nos últimos dias com 11 senadores considerados mais volúveis. Lula se encontrou com Wellington Fagundes, Rose de Freitas e Lídice da Mata

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