Após duas décadas de negociações, Mercosul e União Europeia fecharam um acordo de livre-comércio. O tratado determina que, em até dez anos, não haverá mais tarifas sobre 92% dos produtos brasileiros, argentinos, uruguaios e paraguaios exportados para o bloco europeu. Por outro lado, 72% das importações vindas da União Europeia também não vão pagar tarifas. Hoje, o bloco é o segundo maior parceiro comercial do Mercosul – em 2018, importou 54,6 bilhões de dólares em produtos –, ficando atrás somente da China. Nesta semana, a seção =igualdades analisa o tamanho das relações comerciais do Mercosul com a União Europeia e outros países.
Nos últimos cinco anos, o Mercosul exportou, em média, 48,2 bilhões de dólares por ano para os 28 países da União Europeia. Isso coloca os europeus em segundo lugar no ranking de principais parceiros econômicos do Mercosul, atrás da China (50,3 bilhões de dólares por ano) e à frente dos Estados Unidos (30,6 bilhões de dólares por ano).
O principal produto que o Mercosul exporta para a União Europeia é farelo de soja: em 2018, foram 5,7 bilhões de dólares. Para cada dólar de farelo de soja que exportou, o Mercosul importou dois dólares de máquinas – como motores, válvulas e centrífugas –, principal produto importado da União Europeia (foram 9,5 bilhões de dólares em 2018).
A soja é o alimento que o Brasil mais exporta para a União Europeia. Em 2018, foram 5 milhões de toneladas embarcadas. Essa é a mesma quantidade que foi exportada de milho e café, segundo e terceiro alimentos mais exportados pelo Brasil.
Em 2018, para cada litro de vinho que importou da União Europeia, o Brasil exportou 37 litros de suco de laranja para os europeus.
A cada 9 toneladas de açúcar que o Brasil exportou para a União Europeia em 2018, o país importou um carro de passeio.
Por ano, o Brasil exporta uma média de 184 milhões de dólares em carne bovina para a Itália. Isso é cinco vezes mais do que o Brasil importa de bolsas, sapatos e malas de couro italiano (35,4 milhões de dólares).
Após ter firmado o acordo com a União Europeia, o Mercosul estuda a possibilidade de um tratado com a Suíça – país que não faz parte do bloco econômico europeu. Hoje, embora seja o maior produtor de café do mundo, o Brasil tem déficit com a Suíça no comércio desse produto. Por ano, o país exporta 7 milhões de dólares em café não torrado para os suíços, e importa de volta 37,4 milhões de dólares de café torrado – valor cinco vezes maior.
Fontes: Ministério da Economia; Trade Map; Secem (Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Mercosul).
Repórter e editora-assistente de redes sociais da piauí
Editor do site da piauí
É designer e diretora do estúdio BuonoDisegno