Superpensões de parentes de militares bancariam 35,5 milhões de doses da vacina da Astrazeneca
Em 2020, um total de 2.521 pessoas acumulou mais de uma pensão do governo federal. São pensionistas que têm parentesco com mais de um servidor que já morreu, seja ele civil ou militar. É o caso, por exemplo, de mulheres que são ao mesmo tempo filhas e viúvas de militares. Juntos, esses superpensionistas receberam R$ 582,5 milhões do governo federal no ano passado. Esse valor seria suficiente para comprar 35,5 milhões de doses da vacina da Astrazeneca contra a Covid-19 (considerando a cotação do dólar no dia 6 de julho). Ou seja: com tanto dinheiro, seria possível aplicar duas doses de vacina em praticamente toda a população da região Norte.
Ao todo, somando parentes de servidores civis e militares, o governo federal desembolsou R$ 36,6 bilhões para pagar pensões no ano passado. É um valor maior que o orçamento do Bolsa-Família, de R$ 32 bilhões. A maior fatia desse bolo vai para as famílias militares (R$ 19,3 bilhões). Isso porque os parentes de integrantes das Forças Armadas receberam, em média, R$ 6,9 mil por mês, ao passo que parentes de servidores civis ganharam em média R$ 4,7 mil. Os dados foram divulgados no Portal da Transparência no final de junho, após a agência de dados Fiquem Sabendo cobrar reiteradamente o Tribunal de Contas da União (TCU), que já havia determinado, em janeiro de 2020, que o governo tornasse públicas essas informações.
Fonte: Agência Fiquem Sabendo, com dados do Portal da Transparência; Fiocruz
Repórter e gerente de projetos da Fiquem Sabendo, agência de dados independente especializada no acesso à informação. Foi repórter e editora do Zero Hora, colaborou com diversos veículos e lidera a iniciativa Afonte Jornalismo de Dados, que promove o conhecimento sobre dados no jornalismo
Cientista de dados da Fiquem Sabendo, agência independente especializada no acesso à informação. Também trabalha na Impulso Gov e é embaixador de tecnologia cívica da Open Knowledge Brasil
Cofundadora e diretora da Fiquem Sabendo, agência de dados independente especializada no acesso à informação. Foi repórter da Ponte Jornalismo e é autora de Indigentes: o Estado que enterra sem avisar
É designer e diretora do estúdio BuonoDisegno
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