Life and Physics
Três dropes
Só o que impede biólogos e outros cientistas de publicar seus artigos em repositórios de livre acesso é a falta de hábito, concluiu um físico e blogueiro britânico. Na mesma semana, foi lançada oficialmente a PeerJ, revista que vai reduzir drasticamente os custos de publicação. No Brasil, foram abertas as comemorações pelos trinta anos da Ciência Hoje, a mais antiga revista divulgação científica em atividade no país.
Em post do ótimo , o físico de partículas Jon Butterworth volta à questão da ciência aberta, tema recorrente no Guardian, jornal que hospeda seu blog e defende o livre acesso à informação científica. Butterworth contou como os pesquisadores da sua área adotaram maciçamente o arXiv, repositório de artigos em que os pesquisadores podem publicar seus estudos, inclusive aqueles enviados a muitas das revistas fechadas. Butterworth citou um artigo do qual ele é coatuor, vendido por 31,50 dólares por uma revista da Elsevier e disponível gratuitamente no arXiv.
A mesma postura também poderia ser adotada por pesquisadores de outros campos. Nas ciências biomédicas, são poucas as revistas que proíbem formalmente os autores de publicar seus trabalhos em repositórios como o arXiv, segundo um post citado por Butterworth;. O físico endossou a conclusão do blogueiro: “o maior obstáculo para o acesso aberto na física médica é a adoção pelos autores”.
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A PeerJ, revista acadêmica de acesso aberto apresentada aqui há um mês, foi lançada oficialmente ontem, 12 de junho, e anunciou mais detalhes de seu modelo de publicação. Ela oferece inicialmente três modelos de filiação aos cientistas interessados em publicar ali seus estudos. No plano básico, o pesquisador paga 99 dólares e tem direito a publicar um artigo por ano. No plano mais avançado, de 259 dólares, o autor tem direito a publicar um número ilimitado de artigos. “Pague uma vez, publique para sempre”, diz o slogan da PeerJ. Para publicar um artigo nos periódicos do PLoS, conhecido grupo de revistas de acesso livre, o custo é de 1 350 a 2 900 dólares. A primeira edição deve sair em dezembro. A revista deve começar a receber manuscritos a partir do fim do mês.
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A Ciência Hoje, mais antiga revista de divulgação científica brasileira dentre as que estão em circulação, completa trinta anos em julho. Para comemorar a efeméride foi organizada uma exposição que reúne capas e outros documentos que resgatam a trajetória da publicação. Em cartaz a partir de 15 de junho na Casa da Ciência, no Rio de Janeiro, a mostra tem uma programação que prevê palestras, oficinas, lançamento de livro e a exibição de um documentário sobre a CH. Por ocasião do aniversário, a CH On-line inaugurou esta semana uma nova seção institucional que retraça a história da CH e reúne documentos valiosos para estudiosos da história da divulgação científica no Brasil.
(foto: Steven Depolo / CC 2.0 BY)
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