A discrepância no custo dos votos e a alta taxa de reeleição no Executivo no país foram alguns dos números revelados nesta eleição. O =igualdades faz um raio-X de mais resultados do primeiro turno das eleições municipais.
Entre os quatro partidos que elegeram mais candidatos no Executivo, proporcionalmente, o PSD foi o teve mais prefeitos negros eleitos – 228 – representando 35,1% do total da legenda. Numericamente, o MDB foi o partido que elegeu mais – 234. Já o PSDB teve o menor índice de prefeitos negros eleitos – apenas 18,2%. Entre os que elegeram algum negro para o Executivo municipal, DC e PSOL só elegeram um prefeito pardo cada. PMB, PTC e Rede não elegeram nenhum prefeito preto ou pardo: cada um deles tem pelo menos um prefeito branco eleito em 2020.*
Quatro cidades brasileiras definiram o vencedor do Executivo municipal pela diferença de um voto. Em Itapuca, município no norte do Rio Grande do Sul, Marcos José Scorsatto (DEM) venceu seu adversário Airton Scorsatto (PTB) por apenas um voto . O prefeito eleito fez 814 votos; o opositor, que ficou em segundo lugar, teve 813 votos. Em Piquerobi (SP), Adriana do Bó (MDB) teve 1.289 votos; Gustavo, do PSDB, recebeu 1.288 votos. Em Quinta do Sol (PR), Leonardo Romero, do PSD, foi eleito com 1.703 votos. Seu adversário, Jilvan Ribeiro, do Cidadania, recebeu 1.702 votos. Em Santa Terezinha (SC), o cenário foi parecido, Genir Antonio Junckes (MDB) ganhou a prefeitura com 2.546 votos; Valquiria Schwarz (PSD) ficou em segundo lugar – 2.545 votos.
Pracuúba, no Amapá, teve o voto mais caro – R$ 115 – do Brasil, considerando a arrecadação da campanha vencedora e o total de votos obtidos; já em Pajeú do Piauí, no Piauí, o voto custou R$ 0,01. Na relação entre investimento e resultado, foi o voto mais barato do país. O voto de cidade do Amapá custou 11.500 vezes o de município no Piauí.
O PT perdeu 75 prefeituras nesta eleição se comparado com 2016. Entretanto é a legenda com maior número de candidatos a prefeitos no segundo turno – 15 das 57 cidades em que terá disputa. Seguido do PSDB, com 14 candidatos. O MDB está em 3º lugar com 12 concorrentes. Em 2016, 57 cidades definiram os prefeitos no segundo turno e o PT disputava apenas sete. Na época, o PSDB tinha candidatos em 19 cidades e o MDB em 14. A presença de candidatos petistas no segundo turno aumentou 114% de 2016 a 2020.
A reeleição foi alta em todo país. No primeiro turno, 1.714 candidatos ao Executivo conseguiram se reeleger – 55,8% do total de concorrentes. Dos 29 concorrentes à prefeitura em Mato Grosso do Sul, 75,9% conseguiram continuar no cargo – é o estado com maior taxa de reeleição. O Pará tem a menor taxa de reeleição (38,9%), mas ainda é alta – de 54 concorrentes, 21 foram reeleitos.
Com os resultados do primeiro turno, o Democratas vai governar a maior cidade – Salvador (BA) – que tem 2.886.698 habitantes. Por outro lado, o MDB, que obteve o maior número de representantes no Executivo, tem a maior cidade – Aparecida de Goiânia (GO) – com 590.146 habitantes. Já o PTB, legenda que aparece como o 9º partido que mais elegeu prefeitos, tem como maior cidade conquistada – Franco da Rocha (SP) – a população com apenas 156.492 habitantes. Ou seja, a maior cidade que um prefeito do DEM vai governar tem 16,1 vezes mais habitantes que a maior cidade conquistada pelo PTB.
Entre as capitais que vão às urnas no segundo turno para definir seus representantes, São Paulo é a maior, com uma disputa entre PSOL e PSDB. A maior capital em disputa pelo Republicanos e Democratas é o Rio de Janeiro. O PT aparece no segundo turno em Recife contra o PSB. Por outro lado, a maior cidade em que o Solidariedade está no páreo é Boa Vista – com 419.652 habitantes – contra o MDB. Ou seja, a maior capital a ser disputada por PSOL e PSDB tem 1,8 vezes mais habitantes que a disputada por Republicanos e DEM.
*Nota metodológica: foram considerados os partidos que elegeram ao menos um prefeito
Fonte: Justiça Eleitoral / Tabulação: ASK-AR
Repórter da piauí
Jornalista e autora de Memórias Interrompidas: testemunhos do sertão que virou mar. Foi estagiária de jornalismo na piauí e também já contribuiu com Universa Uol, G1 Ceará e Diário do Nordeste.
Foi produtor do Foro de Teresina e repórter na piauí.
Foi repórter da piauí. Trabalhou em O Globo, Extra, Época e Agência Lupa
É designer e diretora do estúdio BuonoDisegno