EM CIMA DO MURO – A executiva nacional do PSDB está reunida desde o domingo passado no restaurante Piantella, em Brasília. Inicialmente, a reunião se dedicava a se posicionar diante da última polêmica das redes sociais, depois do alvoroço causada pelas novas canções de Chico Buarque, mas outra pauta se interpôs no caminho: o nazismo é de esquerda ou de direita?

O presidente licenciado do partido, Aécio Neves, lidera o grupo que sustenta que tanto o PT quanto a escola de samba Portela foram “crias” do partido nacional-socialista alemão. “O PT herdou a cor vermelha e a suástica, ainda que disfarçada de estrela”, afirmou o senador a seus correligionários, “já a Portela tomou a águia como símbolo. O plano de poder era hipnotizar o povo com uma política de pão e circo, isto é, bolsa família e desfile na Sapucaí”. Como prova, Neves relembrou que Josef Mengele, o “anjo da morte” de Auschwitz, viveu e morreu no Guarujá, “tendo sido enterrado justamente no terreno do triplex do Lula”.

Já o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, lembrou à executiva que ninguém estava ali para agradar os governos Temer ou Trump. “É óbvio que Hitler era de direita; anticlerical e pecador”. Advertido por Tarso Genro (por WhatsApp) de que comparar o fuhrer ao presidente americano seria motivo de orgulho para Trump, além de não causar mal-estar ao governo Temer, Alckmin passou a sustentar que é “evidente que Hitler foi de esquerda, assim como Getúlio e a revista Veja”.

Em nota, o grupo ‘Jovens Tucanos’, em parceria com o MBL, afirmou que a extrema-direita é de esquerda, já que “não respeita a propriedade privada”.

Estabelecido o impasse, o alto tucanato aguarda Marina Silva e Gilberto Gil, convidados para fazer arguições com vistas a convencer o partido a tomar uma decisão, qualquer que seja.