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Triste Bahia

    O desespero com a matança na Gamboa de Baixo, em Salvador: o historiador Dudu Ribeiro diz que não há nenhum projeto de segurança pública em curso que não seja baseado no populismo penal CRÉDITO: FELIPE IURATÃ_2022

anais da ultraviolência II

Triste Bahia

Como age a polícia que mais mata

Marcelo Canellas | Edição 212, Maio 2024

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Na madrugada do dia 1º de março de 2022, terça-feira de Carnaval, Silvana dos Santos acordou em sobressalto, com a impressão de ter escutado o estampido abafado de um tiro. Pulou da cama com o coração descompassado e foi até a varanda, de onde podia avistar o casario da Gamboa de Baixo e as luzes dos barcos pesqueiros polvilhando a escuridão da Baía de Todos-os-Santos. Silêncio total. Aliviada, voltou para o quarto. Mas nem conseguiu se deitar. Desta vez, o barulho de tiro era nítido e inequívoco. Catou o celular do chão, ao pé da cama, e viu a mensagem aterradora de uma vizinha piscar na tela: “Silvana, os homens pegaram o Léo!”

Desesperada, vestiu-se como pôde e desceu correndo as ladeiras apertadas da favela até chegar diante de um barraco de alvenaria abandonado, sem portas e sem janelas, com as paredes pichadas. A entrada era vigiada por dois soldados das Rondas Especiais da Polícia Militar da Bahia. Uma vizinha se aproximou de Santos e cochichou a ela que, dentro da casa, havia mais dois policiais interrogando três jovens. Um deles era Alexandre Santos dos Reis, de 20 anos, o Léo. Tremendo de medo, ela se aproximou dos dois pms que faziam a guarda do lado de fora:

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