10abr2012 | 14h58 | Brasil

Encontrado barbeiro que não oferece corte diferenciado

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CACHOEIRAS DE MACACU – Em notícia que repercutiu em todos os departamentos de social media, consultorias de negócio e agências de publicidade do país, um grupo de pesquisadores da Escola Brasileira de Propaganda e Marketing publicou hoje um estudo no qual revela a existência de pelo menos um profissional brasileiro que não oferece serviços diferenciados. “Achávamos que seria impossível sobreviver no mercado atual sem se diferenciar”, declarou o coordenador da pesquisa, Wilton Oliveira de Castro, ele próprio um consultor diferenciado, “Meu nome de batismo era Milton, pus o M de ponta cabeça para me diferenciar”.

O profissional em questão é o barbeiro Hermes Rivadavia, de 74 anos, oriundo de Cachoeiras de Macacu, no interior fluminense. Rivadavia foi encontrado por um ex-aluno da ESPM que, em viagem de férias, se espantou ao passar diante da Barbearia Ao Bom Corte e entreouvir o profissional dirigir-se a um cliente com a pergunta “O de sempre?” Um SMS foi imediatamente enviado para a ESPM, que a princípio reagiu com ceticismo. “Isso fere todos os protocolos adotados pelos cursos de MBA do planeta”, asseverou Oliveira de Castro. Dois dias depois, ele e mais cinco publicitários tomaram a estrada para Cachoeiras de Macacu. Apertados no carro, julgaram a viagem diferenciada, mas nem tanto.

Já no estabelecimento, puseram-se a pesquisar. Perguntado sobre os predicados dos diversos serviços de sua barbearia – corte, corte e barba, corte e xampu –, Rivadavia respondeu: “Normal”. Os pesquisadores insistiram: “O corte é descrito com algum adjetivo?” “Curto ou longo”, respondeu o barbeiro, coçando a orelha. “Mas o xampu inclui massagem céltica no coro cabeludo, certo?” “Errado”, redarguiu o cabeleireiro, pinçando um cabelinho rebelde do nariz de um cliente.

Ao cabo de três horas de extensas investigações, os seis cientistas da ESPM deixaram o estabelecimento convencidos de que Olegário Rivadavia não mentira ao afirmar que “faz com esmero um trabalhinho normal, só isso”.

Nenhum deles soube explicar o significado da frase. “É impressionante”, espantou-se Oliveira de Castro, “a barbearia existe desde 1969 e nesses anos todos ele nem ao menos pendurou uma tevê no teto para poder dizer aos clientes que doravante eles teriam uma experiência diferenciada durante o corte.”

Em fato cuja relação com o fenômeno Rivadavia ainda não pode ser atestada, na manhã de ontem, em Porto Alegre, um menino de 16 anos apresentou-se na peneira do Grêmio. Ao ser perguntado se era bom jogador, respondeu apenas que sim. Felizes, o pai e o procurador concorreram com a opinião. O menino foi mandado embora pelo clube antes mesmo da peneira. 

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