CRÉDITO: EDSON IKÊ_2025
Cheiro de moleque
Aquele sim era o lugar ideal para um pivete sem dono crescer
Renê Bionor | Edição 231, Dezembro 2025
Naquela manhã indescritivelmente quente de 22 de abril de 1985, a Beira-Linha acordou triste devido à confirmação da morte, na noite anterior, do recém-eleito presidente da República, Tancredo Neves. Era o primeiro civil na Presidência, depois de o país passar um longo período sob as botas de militares em uma violenta ditadura. Mas, estranhamente, Tancredo nem chegou a assumir o poder, pois acabou internado às pressas na véspera do dia de tomar posse. As más-línguas dizem que ele já havia morrido bem antes.
No início da tarde, ao tentar pegar uma pipa que tinha ficado presa no alto do telhado de um barraco vizinho, acabei sofrendo uma queda de quase 3 metros de altura. A travessura deixou meu rosto quase desfigurado por causa do choque contra uma parede que, com seu improvável ângulo de aproximadamente 80 graus, só podia estar sendo sustentada por Deus e pela dupla camada de chapisco grosso.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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