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    ILUSTRAÇÃO: MC MILIAN FURLOW / WWW.OCCUPYTOGETHER.ORG/POSTERS_2012

tribuna da história

Sobre intelectuais e democracia

Na situação atual, nossa principal tarefa não é imaginar mundos melhores, mas pensar em como evitar piores. O tipo de intelectual que delineia grandes horizontes idealizados e improváveis talvez não seja a pessoa a quem mais devemos prestar atenção

Tony Judt | Edição 67, Abril 2012

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A atividade intelectual é um pouco como a sedução. Se você for direto ao alvo, é quase certo que não seja bem-sucedido. Se quiser ser alguém que contribui para os debates históricos mundiais, é quase certo que não tenha êxito se já começar contribuindo para os debates históricos mundiais. A coisa mais importante a fazer é falar sobre as coisas que têm, por assim dizer, ressonância histórica mundial, mas no nível em que você é capaz de ser influente. Se a sua contribuição à conversa for então captada e se tornar parte de uma conversa maior, ou parte de conversas travadas também em outros locais, tanto melhor.

Assim, não penso que os intelectuais façam bem falando sobre a necessidade de que o mundo seja democrático, ou sobre a necessidade de que os direitos humanos sejam mais respeitados mundo afora. Não que essas declarações sejam pouco desejáveis, mas o fato é que elas contribuem muito pouco, seja para a consecução do objetivo, seja para incrementar o rigor da discussão. Mas, se a mesma pessoa mostrar exatamente o que há de imperfeito na democracia e nas democracias, estará lançando uma base muito melhor para a argumentação de que a nossa é uma democracia que as outras deveriam ser incentivadas a emular. Dizer meramente que a nossa é uma democracia ou dizer que não estou interessado na nossa, mas quero ajudar a construir a sua, provoca a resposta: bem, vá em frente, conserte a sua e então talvez consiga uma plateia estrangeira, e por aí vai. Para sermos internacionais, temos primeiro que ser nacionais.

Com o que deveríamos estar nos preocupando hoje? Estamos no final de um ciclo muito longo de avanço. Um ciclo que começou em fins do século XVIII e que, não obstante tudo o que ocorreu desde então, continuou essencialmente até os anos 1990: a contínua ampliação do círculo de países cujos governantes são compelidos a aceitar algo como o regime da lei. Creio que isso foi abafado, a partir dos anos 1960, por duas expansões distintas, mas relacionadas: a da liberdade econômica e a da liberdade individual. Estes dois últimos desenvolvimentos, que parecem estar relacionados com o primeiro, são na verdade potencialmente perigosos para ele.

 

Vejo o século atual como um século de crescente insegurança suscitada parcialmente por uma liberdade econômica excessiva, usando a palavra liberdade num sentido muito específico, e a crescente insegurança provocada também por mudanças climáticas e Estados imprevisíveis. Como intelectuais ou pensadores políticos, é provável que nos vejamos confrontados com uma situação na qual nossa principal tarefa não é imaginar mundos melhores, mas pensar em como evitar piores. E essa é uma espécie ligeiramente diferente de situação, na qual o tipo de intelectual que delineia grandes quadros de situações idealizadas e improváveis talvez não seja a pessoa a quem mais vale a pena dar ouvidos.

Talvez nos vejamos perguntando como podemos defender direitos legais, constitucionais ou humanos estabelecidos, normas, liberdades, instituições e assim por diante. Não estaremos perguntando se a Guerra do Iraque era uma maneira boa ou má de levar democracia, liberdade, o mercado etc. ao Oriente Médio, mas sim: era um empreendimento prudente, mesmo que alcançasse seus objetivos? Pensemos no custo da opção: o potencial perdido que poderia ser utilizado para alcançar outras coisas com recursos limitados.

Tudo isso é duro para os intelectuais, a maioria dos quais se imagina defendendo e propondo grandes abstrações. Mas penso que nas próximas gerações o modo de defender e propor grandes abstrações será defender e cuidar de instituições, leis, normas e práticas que encarnam nossos melhores esforços em relação a essas grandes abstrações. E os intelectuais que se importarem com elas serão as pessoas que terão mais importância.

 

Se você observar a história das nações que maximizaram as virtudes que associamos à democracia, notará que o que veio primeiro foi a constitucionalidade, o império da lei e a separação de poderes. A democracia quase sempre veio depois. Se entendermos por democracia o direito de todos os adultos participarem da escolha do governo que vai  dirigi-los, isso foi implantado muito tarde – no meu tempo de vida, em alguns países que hoje vemos como grandes democracias, como a Suíça, e certamente, no tempo de vida de meu pai, em outros países europeus, como a França. Portanto, não devemos dizer a nós mesmos que a democracia é o ponto de partida.

A democracia está para uma sociedade liberal bem-ordenada como um mercado excessivamente livre está para um capitalismo bem-sucedido e bem regulado. A democracia de massa numa era de meios de comunicação de massa significa, por um lado, que você pode revelar muito rapidamente que Bush roubou a eleição de 2000, mas, por outro lado, que grande parte da população não está preocupada com isso. Ele teria menos condições de roubar a eleição numa sociedade liberal e antiquada do século XIX, baseada num sufrágio mais restrito: as relativamente poucas pessoas de fato envolvidas teriam se importado muito mais. Portanto, pagamos um preço pela massificação de nosso liberalismo, e deveríamos compreender isso. Não é um argumento em favor do retorno ao voto restrito ou a duas classes de eleitores, ou o que isso signifique – os informados e os desinformados. Mas é um argumento em favor da compreensão de que a democracia não é a solução para o problema das sociedades não livres.

Timothy Snyder: Mas não seria a democracia um bom candidato para um século mais pessimista? Porque ela é, creio, melhor defendida como algo que impede o surgimento de sistemas piores, e melhor enunciada como política de massa capaz de garantir que as pessoas não serão enganadas da mesma maneira o tempo todo.

A máxima de Churchill de que a democracia é o pior sistema possível, com exceção de todos os outros, encerra alguma verdade, ainda que limitada. A democracia tem sido a melhor defesa em curto prazo contra alternativas não democráticas, mas não é uma defesa contra suas próprias deficiências genéticas. Os gregos sabiam que a democracia não é muito passível de sucumbir aos encantos do totalitarismo, do autoritarismo ou do poder oligárquico; ela é muito mais passível de sucumbir a uma versão corrompida de si própria.

 

As democracias se corroem bem depressa; elas se corroem linguisticamente, ou retoricamente, se você preferir – é esse o argumento de George Orwell quanto à linguagem. Elas se corroem porque a maioria das pessoas não se preocupa muito com elas. Note que a União Europeia, cujas primeiras eleições parlamentares, realizadas em 1979, tiveram um comparecimento médio de 62%, está agora temendo um comparecimento de menos de 30%, embora o Parlamento Europeu hoje tenha mais importância e mais poder. A dificuldade de sustentar o interesse voluntário na questão da escolha das pessoas que vão governar você é algo bem patente. E a razão pela qual precisamos de intelectuais, bem como de todos os bons jornalistas que pudermos encontrar, é preencher o espaço que cresce entre as duas partes da democracia: os governados e os governantes.

Tony Judt

Tony Judt (1948–2010), historiador inglês, é o autor de Pós-Guerra, da Objetiva.

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