ILUSTRAÇÃO: NEGREIROS_2017
Utopia e pragmatismo
Uma resposta a Ruy Fausto
Samuel Pessôa | Edição 126, Março 2017
O leitor da piauí que tiver nos acompanhado até aqui – a mim e ao professor Ruy Fausto, em nosso debate sobre os dilemas da esquerda brasileira – talvez tenha notado a diferença fundamental que nos separa. Eu e Fausto falamos de dois lugares muito diferentes.[1] Seria ligeiro dizer que ele, o filósofo, é de esquerda, enquanto eu, o analista econômico, represento a direita.
A divergência a que me refiro é mais específica, embora provavelmente se relacione também com nossa oposição ideológica. Em seus artigos, Fausto propõe reorganizar a produção e a distribuição da riqueza de uma forma radicalmente diferente de tudo o que já se viu até hoje no mundo, em qualquer época ou sociedade. Defende a preservação da propriedade privada e, ao mesmo tempo, a “neutralização do capital”. É partidário da democracia representativa, mas é também anticapitalista. Sugere estatizar o “grande capital” e apoiar cooperativas e experiências de economia solidária.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
ASSINELeia Mais