Público comparece ao "Encontros piauí", evento voltado para o debate sobre o funcionamento da máquina pública no Brasil. | Foto: Thais Mallon Foto: Thais Mallon
O poder visto de outro ângulo
Jornalistas, professores e estudantes acompanharam evento com participantes do governo
Jornalistas dos principais veículos do país, estudantes, professores e figuras do poder se encontraram nesta terça-feira (13) para o evento Encontros piauí, realizado em Brasília, numa parceria entre a revista e o YouTube. Durante todo o dia, o encontro promoveu conversas acerca do tema “A natureza da máquina: como funciona o Estado brasileiro”. Entre uma mesa e outra, a plateia convidada divide as impressões sobre os debates.
Repórter do Washington Post em Brasília, Marina Dias avaliou que o formato do evento propicia o livre diálogo das fontes com os entrevistadores. “Vira um bate-papo informal. Faz o entrevistado dar informações de bastidores que o repórter não consegue obter numa entrevista tradicional.”
Segundo Dias, foi isso o que aconteceu no papo de Carol Pires e Felipe Recondo com Alexandre de Moraes. O ministro do STF e presidente do TSE revelou que pretende julgar em até seis meses os casos mais graves dos atos de 8 de janeiro. Disse ainda que não confia no WhatsApp para se comunicar no dia a dia. “São dados que ele não daria numa conversa de corredor”, disse a repórter. “O evento da piauí usou tempo suficiente para o ministro aprofundar o diálogo sem tornar cansativo.”
Flavia Lima, editora de diversidade da Folha de S. Paulo e membro do Conselho Editorial da piauí, entende que a imprensa é falha em cobrir a máquina pública. “Adoramos falar, por exemplo, dos altos salários no funcionalismo público sem diferenciar os cargos. Acaba sendo redutivo”, disse Lima. “Um evento como esse atrai pessoas da administração pública e da imprensa preocupadas em amplificar o debate.”
O encontro de personalidades distintas com interesse semelhante também chamou a atenção de Sérgio de Sá, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília e assessor da reitoria. “Ouvir pessoas que estão no alto escalão ajuda a entender como o estado brasileiro está funcionando depois dos últimos quatro anos de Bolsonaro”, ele disse. “Passado o susto, é preciso valorizar o jornalismo feito com rigor, transparência e metodologia própria.”
Uma dos dez alunos da UnB selecionados para acompanhar o evento, Marina Rito está no primeiro período de jornalismo e volta para casa surpresa com a complexidade do trabalho do Ibama. Acompanhou de perto a entrevista que o analista Roberto Cabral Borges deu aos jornalistas Bernardo Esteves e Carol Pires. “Mesmo lendo os jornais todo o dia, não dá para ter a completa dimensão do trabalho de um agente público”, disse Rito. “Ouvi-lo falar me deu a sensação de estar mais preparada para cobrir política no futuro.”
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