Um aperitivo dos premiados

Nas últimas semanas, o meio literário brasileiro teve os resultados de seus principais prêmios divulgados. Alguns dos vencedores deste ano passaram pelas páginas da piauí recentemente.

Itamar Vieira Junior  venceu pela segunda vez na carreira o Jabuti de melhor romance literário com seu livro Salvar o fogo (Todavia). O romance, que se passa num povoado fictício do interior da Bahia e narra as relações entre a comunidade local e a Igreja Católica, teve um de seus capítulos antecipados na edição de março de 2023 (leia aqui).

A jornalista Betina Anton venceu o Jabuti na categoria de melhor biografia e reportagem. Seu livro Baviera tropical discorre sobre a vida de Josef Mengele, o médico nazista mais procurado do mundo, no interior de São Paulo, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Mengele viveu no Brasil até sua morte, na cidade litorânea de Bertioga, em razão de um um acidente vascular cerebral. Os leitores da piauí tiveram acesso a um capítulo antecipado do livro na edição de outubro de 2023.

Samir Machado de Machado venceu o Jabuti na categoria de melhor romance de entretenimento, com O crime do bom nazista (Todavia), um misto de narrativa policial e romance histórico que se passa dentro de um Zepelim na Alemanha, no início dos anos 1930. Em setembro de 2023, Machado de Machado escreveu para a piauí um ensaio sobre Tênebra: Narrativas Brasileiras de Horror (1839-1899), da editora Fósforo, uma coletânea de contos de horror brasileiros do século XIX. No ensaio, o autor questiona a problemática cisão, respaldada ainda por parte da crítica, entre literatura de entretenimento e alta literatura.

A poeta e prosadora Eliane Marques venceu o Prêmio São Paulo de Literatura de melhor romance de estreia, com seu livro Louças de família (Autêntica Contemporânea), uma história em que a protagonista, enlutada pela morte da tia – uma equede num terreiro de candomblé que depois se torna evangélica -, revisita diversas gerações de uma família negra e suas relações com o serviço doméstico. Na edição deste mês, a piauí antecipou alguns poemas de Sílex, o próximo livro de poesia de Marques, que será publicado em março de 2025 pela editora Fósforo, na coleção Círculo de Poemas.

A escritora Luciany Aparecida venceu o prêmio São Paulo na categoria de melhor romance, com seu livro Mata Doce (Alfaguara). O romance se passa num vilarejo no interior da Bahia, e tem entre suas personagens principais Maria Teresa da Vazante, uma matadora de bois e datilógrafa, e Mariinha e Tuninha, suas mães adotivas. O romance foi incluído na lista de melhores leituras da redação da piauí em 2023. Em sua recomendação, Emily Almeida, editora assistente de redes sociais, definiu o livro como “uma narrativa épica que vale ser lida e apreciada, trazendo um belo retrato da literatura que está sendo produzida hoje no país”.  Em outubro, na Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, Aparecida, Almeida, e Fernanda Dias, editora do livro, se encontraram para uma conversa na Casa de Histórias, um espaço de encontros promovido pela piauí em parceria com a Netflix, a livraria Janela e a editora Mapa Lab.

O escritor Alexandre Vidal Porto venceu o prêmio de melhor romance da Biblioteca Nacional, com seu livro Sodomita (Companhia das Letras), inspirado na vida de Luiz Delgado, um violeiro português exilado na Bahia durante o século VXII, acusado do então crime de sodomia. Na edição da piauí de julho, Vidal Porto publicou o conto Bracarolli, uma narrativa sobre um paulistano filho de dono de açougues que ingressa por acaso na carreira do Itamaraty, e se envolve com outro diplomata indo-brasileiro.

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