O Pix completou três anos, período no qual transformou radicalmente o sistema bancário no Brasil. Ao menos 73% dos brasileiros já usaram a ferramenta para transferir ou receber dinheiro. No ano passado, o Pix movimentou quase 11 trilhões de reais, o triplo que os cartões de crédito, débito e pré-pagos. No começo, quase toda transferência era feita de pessoa para pessoa. Com o tempo, no entanto, muitas empresas foram aderindo à nova modalidade, que continua crescendo em ritmo acelerado. Em 2024, o Banco Central vai lançar o Pix Automático, que permitirá agendar pagamentos a empresas, como contas de luz, água e academia. O =igualdades mostra, com números, a avalanche do Pix no Brasil.
Em novembro, o Pix registrou 148,1 milhões de usuários únicos, o que equivale a mais de 70% da população brasileira. O número considera apenas pessoa físicas. O número de usuários registrados como PJ (pessoa jurídica) em novembro foi de 14 milhões.
Em um intervalo de doze meses, o número de transações Pix chegou perto de dobrar. Foi um salto de 72% entre outubro de 2022 e outubro deste ano. Foi também neste mês que se registrou um recorde de transações em 24 horas: no dia 6, o Banco Central contabilizou 163 milhões de operações no Pix.
O Banco Central faz um levantamento mensal da quantidade acumulada de pessoas que usaram o Pix. De um ano para o outro, entre 2022 e 2023, o número de usuários cresceu em 17 milhões, o equivalente à população do estado do Rio de Janeiro.
O valor movimentado pelo Pix no ano passado dobrou em comparação com 2021. A ferramenta já é o meio de transação digital mais usado pelos brasileiros, superando com folga os cartões de crédito e débito.
O Pix é usado no dia a dia dos brasileiros para pagar pequenas compras e boletos. Três a cada quatro transações têm valor inferior a 200 reais. Aquelas acima de mil reais representam só 6% do total, e são mais comuns entre empresas do que entre pessoas.
As transações de pessoa para pessoa dominavam o Pix dois anos atrás, mas o cenário foi mudando, à medida que mais e mais empresas adotavam esse sistema de pagamento digital. Os Pix feitos de pessoa para empresa eram 17% do total em dezembro de 2022; em novembro deste ano, chegaram a 36%.
Como os idosos têm menos acesso a ferramentas de pagamento digital, eles são minoria no mundo do Pix. Em outubro deste ano, a cada 100 transferências, só 4 foram feitas por pessoas com mais de 60 anos, segundo os dados do Banco Central.
No ano passado, seis a cada 10 pessoas que tinham renda de até um salário mínimo já tinham feito pelo menos um Pix. Entre aqueles com renda de dez salários mínimos ou mais, nove a cada dez já fizeram um Pix.
É estagiário de jornalismo na piauí
É designer e diretora do estúdio BuonoDisegno