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Crônicas do bom velhinho

As agruras e delícias do feriado natalino, numa retrospectiva de textos publicados na piauí

24 dez 2023_09h06
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BARBAS DE MOLHO

Lembram-se da pandemia? No agora distante ano de 2020, enquanto o mundo ainda vivia no auge do isolamento social, muitos bons velhinhos de Norte a Sul do Brasil aguardavam um convite que custava a chegar. Papais Noéis especializados, com uma bagagem de anos de carreira, tiveram de ficar distantes da criançada. “Afinal, Papai Noel é grupo de risco”, disse José Bezerra da Silva, de 64 anos. A piauí contou algumas dessas histórias.

NATAL 40 GRAUS

O clima das terras brasileiras é um desafio ingrato para quem se aventura a ser Papai Noel. Sobretudo quando se está no Rio de Janeiro. Em pleno novembro de 2019, véspera de verão, Aylton Lafayette, 66 anos – mais conhecido como Papai Noel Obama, por sua admiração pelo ex-presidente americano – estava colando grau pela Escola de Papai Noel do Brasil. A cerimônia transcorreu aos pés do Cristo Redentor. A escola recebe cerca de duzentas inscrições por ano, mas só trinta pessoas são selecionadas para participar das aulas de figurino, interpretação, dicção, postura e improvisação. Para entrar é preciso ter mais de 50 anos, barba grisalha natural e cabelos grisalhos, gostar de crianças e não ter vícios. Você se encaixa no perfil? A piauí te informa sobre os demais requisitos.

BLIM-BLOM: COMPRAS NATALINAS TRANQUILAS

Agora um flashback. O ano era 2006, e a piauí se aventurou por um dia na Feira do Rolo de São Mateus, em São Paulo. A feira se esparrama por uma área de quase 6 km, tem regras disciplinares severas e sua clientela, vinda do ABC paulista e das cinco favelas que a circundam, é flex: atua ora como compradora, ora como vendedora. Quem entra na Feira com algo na mão não precisa fazer ou falar nada: é tido como certo que está vendendo o objeto (ou animal). Em dezembro, quando cai o 13º, a Feira bomba com as compras natalinas. Se é assim hoje, imagine em 2006, quando o consumo estava em alta. Não precisa imaginar: basta ler na piauí.

BOTAS DE PAPAI NOEL EM TRICÔ

Um belo dia, no remoto ano de 2008 (já faz quinze anos!), o curso “Botas de Papai Noel em tricô: como lavar e passar” abalou o bairro de Vila Mariana, em São Paulo. As alunas, quase todas de cabelo curto e óculos bifocais, formavam uma confraria que falava baixinho. Elas enrolaram as linhas em torno do pescoço e começaram a contar laçadas e meias, seguindo a receita da professora para confeccionar pequenas botas natalinas. A mais rápida era Acácia Mayeji, descendente de japoneses, que terminou sua botinha antes do cronômetro marcar uma hora de aula. Há especialistas para tudo nessa vida.

HAMLET É PINTO

Donizetti Gonçalves, também conhecido como palhaço Pirulito, tinha quase três décadas de experiência como Papai Noel. Encarnou-o pela primeira vez em 1982, num momento de grande urgência. Estava animando a festa de fim de ano numa escola quando a diretora, em pânico, veio lhe dizer que o velhote contratado tinha dado o cano. Pirulito agiu feito um raio. Pegou seu estojo de maquiagem e pintou as sobrancelhas de branco. Sentiu-se seguro. Então rasgou um pedaço de veludo branco e se aplicou uma barba. A felicidade das crianças era tanta que elas nem perceberam que Papai Noel ficou segurando o queixo a tarde inteira. Não largava nem para fazer “hô, hô, hô”. A cola improvisada não deu conta do recado. Eis uma história de perrengue para você saborear durante o feriado natalino.

PAPAI NOEL DEMAIS EM UMA ÚNICA NOITE DE NATAL

Era uma vez uma grande floresta. Nessa floresta, era uma vez uma grande clareira. Nessa clareira, era uma vez uma humilde choupana, e nessa humilde choupana… Eram duas vezes um garotinho, já que eram irmãos gêmeos. Nesse lindo dia de natal, tão alegre, por que será que os dois garotinhos estão tão tristes? Pois bem… leia na piauí.

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