05abr2010 | 19h16 | Economia

Encontrado brasileiro que não pensa em pedir dinheiro emprestado a Eike Batista

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TEÓFILO OTONI – Ao divulgar o Censo Populacional 2010, o IBGE declarou, através de seu porta-voz, Arialdo Couto, “que os dados são até interessantes – nordeste crescendo mais do que o sudeste, protestantes passando católicos, diminuição da desigualdade social, e tal e coisa – mas surpreendente mesmo foi termos identificado a existência do senhor Heródoto Simplício de Aguiar, funcionário público da prefeitura de Teófilo Otoni, Minas Gerais.” Segundo Couto, a informação de que o senhor Simplício de Aguiar até hoje não pediu e nem tem planos de pedir dinheiro emprestado ao empresário Eike Batista causou tanta espécie entre os estatísticos que, a princípio, pensou-se em demitir o pesquisador responsável pela coleta do dado. “Achamos que ele tinha forjado a coisa pra se fazer de interessante”, disse Couto. O IBGE enviou então duas novas equipes à cidade mineira, e ambas, de forma independente, confirmaram a informação. “É espantoso”, declarou Couto, “o senhor Simplício de Aguiar não tem um projeto social, não pensa em fazer um filme, não cogita montar uma peça, não acha uma boa idéia instalar uma unidade do hospital Einstein na cidade, não vai concorrer a nada, não considera interessante apoiar ONGs patrocinadas pela Madonna e sequer precisa de um dinheirinho pra reformar o banheiro, como eu.” O IBGE está trabalhando com celeridade para criar uma nova categoria sociológica na qual possa incluir o senhor Simplício de Aguiar, que por ora é o único brasileiro com tais características. “Isso atrapalha a nossa vida e dificulta o nosso trabalho”, disse Couto, sem esconder a insatisfação. Ao tomar conhecimento da pesquisa, o governador Aécio Neves declarou que não tem poderes para tal, mas que Minas Gerais se sentiria agradecida se o senhor Simplício de Aguiar fosse morar em outro lugar. “O Eike Batista é hoje uma fonte importante de recursos para os Estados, e um cidadão como esse diminuiu sensivelmente a nossa capacidade de captação.” Apavorado com a notícia, o governador Sergio Cabral Filho fechou as fronteiras com Minas Gerais e, em entrevista à CBN, deixou claro que “se esse sujeito vier na nossa direção, vai levar pipoco”. Cabral aproveitou a ocasião para pedir que Eike Batista empreste “um trocadinho” para ajudar na compra dos pipocos.