11mar2011 | 12h48 | Internacional

Kadafi entra para o circuito de palestras

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Quase um mês depois de líderes mundiais declararem que o seu regime chegara ao fim, Muammar el-Kadafi continua dando lições de como se manter no poder. Foi pensando nisso que o homem forte da Líbia decidiu entregar as forças de repressão nas mãos de seus dezessete filhos e se lançar no circuito de palestras com o tema “Só os frouxos e os egípcios desistem”.

A primeira aparição do ditador da Líbia será no TED de Pyongyang, cidade na qual chegou ontem à tarde, sendo recebido com honras de chefe de Estado por um Kim Jong Il visivelmente comovido. De lá, Kadafi seguirá para Roma para participar de uma mesa redonda com Silvio Berlusconi sobre o tema “Poder, permanência e enfermeiras”. Kadafi terminará o tour em Caracas, onde ele e Hugo Chávez trocarão impressões sobre a conspiração ianque e reformas constitucionais que autorizam a presidência vitalícia.

O estilista John Galliano comprou o pacote completo para todas as palestras. “Me rendi cedo demais à conspiração judaica e aceitei passivamente que a Dior me demitisse. Agora, esses mesmos judeus estão destruindo a Líbia com a óbvia intenção de impor aos líbios um ditador menos fashionista. Eles odeiam o belo.”

Galliano não considerou altos demais os honorários de 100 mil dólares cobrados por Kadafi. “É uma barganha. Pelo preço de uma entrada, aprendo como reagir aos semitas e ainda me inspiro para a próxima coleção.”

O porta-voz brasileiro da agência de palestras McQuinley Rouch & Sitter, a mesma de Bill Clinton, Tony Blair e Fernando Henrique Cardoso, disse à imprensa que a demanda tem superado todas as expectativas. “Ontem mesmo recebemos um pedido do PMDB para que Kadafi venha ao Brasil ministrar duas palestras aos correligionários do partido.” Fontes ligadas ao Senado informam que José Sarney teria ficado extremamente bem impressionado com a retomada da cidade de Ras Lanuf pelas forças de Trípoli, e já estaria pensando na possibilidade de sitiar o Planalto.

De passagem comprada para Pyongyang, Roma e Caracas, José Dirceu declarou ao Estado de São Paulo: “Se eu soubesse o que hoje sei graças ao Kadafi, teria mandado a Força Aérea Brasileira bombardear o Roberto Jefferson logo no segundo dia do Mensalão. Era a solução óbvia.”