Brasil repudia críticas da Casa Branca à crise da OSB
THEATRO MUNICIPAL – As críticas da Casa Branca à crise atravessada pela Orquestra Sinfônica Brasileira fizeram com que o Itamaraty pedisse explicações formais à embaixada americana em Brasília . Em relatório vazado pelo WikiLeaks no fim de semana, a demissão dos 32 músicos que se opuseram à reestruturação da orquestra foi descrita de forma irônica pelo Departamento de Estado, que teria inclusive usado o vocábulo “pândega”.
“Com a exigência de testes de avaliação, acabou a boquinha para os músicos que só queriam saber de vida mansa”, teria dito a secretária Hillary Clinton, segundo o relatório divulgado pela rede Al Jazira. “A OSB era um verdadeiro cabide de empregos, loteados entre o PMDB e outros partidos da base aliada.”
A falta de habilidade do maestro Roberto Minczuk (que seria um tucano infiltrado) para contornar a crise também foi alvo de críticas. “A incapacidade do Brasil de gerenciar a maior orquestra sinfônica nacional suscita preocupação quanto à capacidade do país de abrigar as Olimpíadas,” teria dito o presidente Obama numa conversa privada com o comentarista Arnaldo Jabor.
O Itamaraty soltou uma nota de repúdio para contestar o relatório do Departamento de Estado. “O governo brasileiro não vai se pronunciar sobre críticas de um país que legou à música mundial as obras de Bon Jovi, Justin Timberlake e Rebecca Black”, afirma o comunicado. “O Brasil não opina sobre a premiação do Grammy ou sobre a escolha dos apresentadores do Oscar e não admite qualquer tipo de ingerência em sua política cultural”, conclui a nota.
O comunicado do Itamaraty não fez qualquer menção aos comentários do relatório americano (“foi fígado para todo lado”) sobre a polêmica entre Caetano Veloso e o blogueiro Romualdo Azeredo a propósito do blog de poesia de Maria Bethânia.
Procurado pela reportagem do Piauí Herald, o empresário Roberto Medina não quis se manifestar sobre as críticas do relatório à escalação do Rock in Rio 4.
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