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Suco de limão e luz

Limonada borbulhante e refrescante

Existem certos lugares que têm a qualidade quase mágica de tornar todo mundo mais educado ou mais bonito. O Oriental de Bancoc*, é um deles. Não sei o que acontece naquela varanda em frente ao rio Chao Praya que as vozes – até mesmo dos turistas que com certeza absoluta são barulhentos em outros cenários – ficam abafadas e soam mais longe, mais baixo. Os toldos e parassóis coam a porção exata de claridade sobre as mesas, e no tom perfeito para ornar com a luz que atravessa o verde tropical da vegetação manicurada do jardim.

| 21 jun 2011_11h14
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Existem certos lugares que têm a qualidade quase mágica de tornar todo mundo mais educado ou mais bonito. O Oriental de Bancoc*, é um deles. Não sei o que acontece naquela varanda em frente ao rio Chao Praya que as vozes – até mesmo dos turistas que com certeza absoluta são barulhentos em outros cenários – ficam abafadas e soam mais longe, mais baixo. Os toldos e parassóis coam a porção exata de claridade sobre as mesas, e no tom perfeito para ornar com a luz que atravessa o verde tropical da vegetação manicurada do jardim.

É possível escutar o vento farfalhando educadamente nas folhas, pontuado por barulhinhos de gelo nos copos e dos talheres nas louças finas. Dá para escutar até a própria respiração. Dá até para estender tranquilamente o fio dos pensamentos no pedaço visível do rio, sem ser distraído ou interrompido. A moça de saia longa que serve a mesa se ajoelha para trazer os pratos e quando se retira, vai ligeiramente curvada, não querendo atrapalhar a visão, como se ela soubesse que bastaria um gesto fora do ritmo, e o encanto se quebraria. Tudo, ali, parece se encaixar em uma abençoada e tranquila ordem.

Espero que não soe a heresia e nem ofensa mas, sabe o pedaço da oração que diz "e livrai-nos de todo o mal"? Se esse refúgio de todo o mal pudesse ser em algum lugar, seria ali, na sombra daquela varanda tranquila.

Aqui a receita que melhor traduz a experiência:

Limonada à tailandesa

3 limões
Uma fatia de limão para enfeitar o copo
Meio litro de água com gás ou de club soda de latinha
200 ml de água
150 gramas de açúcar
200 gramas de gelo – bastante gelo, o copo cheio

Modo de fazer:

1 . Ferva o açúcar na água até que ele se dissolva completamente e o líquido fique ligeiramente amarelado e viscoso. Espere esfriar e reserve. Essa calda será usada para adoçar a bebida
2. Esprema o suco dos 3 limões
3. Junte metade da água açucarada ao suco dos limões, acrescente a água com gás.
4. Coloque o gelo no copo e faça com que a mistura escorra devagar sobre ele.
5. Enfeite o copo com a fatia de limão e se necessário, use o restante da água açucarada para adoçar
O melhor é tomar de canudinho.

* O Oriental é um dos grandes hotéis asiáticos, histórico, e que já teve entre os hóspedes Joseph Conrad, Graham Greene e Sommerset Maugham. O barco do Joseph Conrad atracava na Capitania dos Portos, ao lado do hotel, e ele costumava ir jantar lá. Nessa época, 1888, ele ainda não era Joseph Conrad e nem escritor, era apenas Konrad Korzeniowski, um oficial da marinha mercante. O Oriental original, de 1865, pegou fogo e em 1876 foi construída a estrutura que existe até hoje, batizada de Author’s Wing.

Fundo musical recomendado para tomar a limonada. Mas ao escutar, feche os olhos, imagine o cenário, o calor, e aproveite:
 

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