A chegada de Merval trouxe um toque de classe ao escrete global

14jun2018 | 19h12 | The Piauí Herald

Informar é preciso: o dever deste piauí Herald

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LULOGRADO – Qual é a responsabilidade deste Herald em tempos de fake news? Apenas o de ironizar os poderosos? O de arrancar o riso fácil de plateias sedentas? Ou compete, também, à nobilíssima tradição da imprensa satírica o ofício de noticiar o que nenhum outro jornal ousa cobrir? E por que não o fazem? Medo? Corporativismo? Mera incompetência? Deixemos que o leitor navegue no mar de suas próprias dúvidas.
Mas aqui não.
Este Herald sempre se manteve fiel aos ensinamentos do nosso fundador, o falecido Constâncio Cloro Temerius Ribamar (250 D.C – 306 D.C.): “Verba volant scripta manent. Ad noticium in primum lugarum.”
Vamos aos fatos.
Em abril deste ano, deu-se a prisão de Luís Inácio Lula da Silva. Deu-se, também, um drama sem precedentes na história da imprensa nacional: com Lula encarcerado, o que fazer com o comentarista político Merval Pereira? Aposentá-lo? Largá-lo ao relento? Transformá-lo em personal trainer do seriado Malhação? A imprensa se omitiu.
Como um navegador que mira as estrelas para seguir seu curso, este Herald manteve seus olhos no colunista do jornal O Globo. Em 3 de abril de 2018, noticiamos que Merval Pereira iniciava carreira artística à frente da banda Queen, onde passaria a assinar com o nome de Freddie Mercuryval. Uma semana depois, mais especificamente no dia 9, novo furo de reportagem: Merval estava cotado para substituir Maju Coutinho à frente da previsão do tempo. Ali Kamel comentou, à época, que a possível mudança refletia as mudanças meteorológicas do país. “Se não o fizermos, Merval periga derreter como as calotas polares.”
Dois meses se passaram. Dois meses em que o brasileiro acordou intranquilo, perguntando-se na cama, no café da manhã, no metrô, nos coletivos, no cafezinho da repartição: “O que será feito de Merval?”
Pois nesta semana, com o começo da Copa do Mundo na Rússia, a verdade enfim se descortinou perante os olhos atônitos da população mundial: Merval agora é comentarista do caderno esportivo do diário carioca. Afinal, como dizia sabiamente nosso patrono Constâncio Cloro Temerius Ribamar, “esporte também é política – e o que é a política, se não um jogo?”
Hoje o mundo viu a seleção russa assombrar o planeta: 5 a 0 sobre a traiçoeira Arábia Saudita. Aguardamos, ansiosamente, pelas luminosas análises de Merval sobre as consequências geopolíticas de tão acachapante vitória. Os elos secretos entre os anseios de Vladimir Putin e os planos de Luís Inácio precisam ser elucidados.