A capa da piauí_203 foi transformada em palco. Na ilustração Evoé, Zé Celso, doze personalidades da cultura brasileira se espremem sobre o cenário de um dos atos da peça O Rei da Vela. Uma delas é o diretor, ator e dramaturgo morto em julho. Caberá ao leitor identificar os outros rostos, todos desenhados por Kleber Sales. A revista chega às bancas nesta sexta-feira (4).
A revista traz um perfil do ministro Fernando Haddad feito pela repórter Ana Clara Costa, que descreve o caminho traçado por ele até o comando do Ministério da Fazenda.
O leitor poderá conferir três histórias pessoais emblemáticas. Em “Ela chegou, ela está viva”, uma das herdeiras da rede de farmácias Droga Raia, Marta Pipponzi, reconstitui os 41 dias que passou sob domínio de sequestradores. Na reportagem O labirinto, Felippe Aníbal relata a interminável batalha de Beatriz Abagge para provar sua inocência na morte do menino Evandro, em 1992. Em Cinquenta anos num dia, Pedro Tavares visita Ricardo Chust Trajano, que, há meio século, tornou-se o único passageiro sobrevivente da maior tragédia aérea da Varig.
Na reportagem La Bête contra as bestas, João Batista Jr. resgata o drama do bailarino Wagner Schwartz, que, depois de fazer uma performance nu no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, virou alvo da fúria da direita extremista.
Às vésperas da 35ª Bienal de São Paulo, Tati de Assis perfila Ayrson Heráclito, o ativista místico que levará uma floresta de infinitos para o evento.
De Paris, a piauí faz um balanço dos protestos incandescentes que tomaram a cidade e deixaram um morto, dois feridos graves e 3,5 mil presos. Em Fantasmas coloniais, o escritor francês Anthony Passeron descreve as revoltas das periferias. Em Volta pra África, a estudante Maria Massela conta o que é sentir na pele o racismo da polícia francesa.
Dos Estados Unidos, o escritor russo Gary Shteyngart relata a sua overdose de tevê russa: ele passou cinco dias trancado num quarto de hotel diante de três aparelhos sintonizados em canais estatais de Vladimir Putin.
Leia ainda Paterson, o início da obra-prima do poeta americano William Carlos Williams, pela primeira vez traduzido na íntegra no Brasil; Dentro do armário, um conto de Vanessa Passos; e A última tragycomedyorgia, uma despedida de José Celso Martinez Corrêa escrita por Angélica Santa Cruz.
Pelas Esquinas, Clara Ant segue grudada no cangote do presidente Lula; uma pesquisadora coleciona encéfalos de golfinhos; e a luta de ativistas pelos sobradinhos em São Paulo.
Boa leitura.